O Google Street View é um projecto controverso da Google que acrescenta ao Google Maps e Google Earth fotografias panorâmicas de ruas de várias cidades. A controvérsia vem de acusações de invasão de privacidade da parte de algumas pessoas cujas casas foram fotografadas. A mais recente foi a do casal Christine e Aaron Boring (1), que levaram a Google a tribunal por alegado “sofrimento mental” e prejuízos decorrentes da desvalorização da sua propriedade.
Concordo que é preciso cuidado com a informação pessoal na Internet e que o motor de pesquisa Google é uma ameaça potencial à nossa liberdade de manter a vida pessoal separada da vida profissional ou pública. Mas não são fotografias às casas, tiradas de um carro a circular na via pública, que ameaçam a nossa privacidade. Principalmente quando o Google Street View desfoca as matrículas e as caras das pessoas que apareçam na imagem (2).
Neste caso a juíza rejeitou todas as alegações dos queixosos, e com razão. Agregar e disponibilizar informação é uma coisa útil que a lei não deve impedir. Protege-se a pessoal exigindo apenas que esta informação não possa ser associada a uma pessoa sem o seu consentimento informado. Por isso coisas como os cartões de cliente dos supermercados ou os chips nas matrículas preocupam-me mais que um carro da Google passar aqui pela rua e fotografar o meu prédio.
Mas admito que a razão principal para este post foi o nome dos queixosos. Pôr a Google em tribunal por lhes fotografar a casa em vez de pedir para apagar a fotografia é mesmo coisa de aborrecidos.
1- BBC, 19-2-09, Judge dismisses Google lawsuit
2- Aqui um exemplo, Times Square em NY.


